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Mostrando postagens de 2018

OS MERCADOS E AS BATALHAS

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Especialistas podem ter argumentos para contestar, mas o marketing para vender pipoca na rua deve estar no cheiro. Difícil resistir! No carrinho do lado, os doces não saem pelo cheiro, a força do apelo deve ser mais visual. Sofisticando mais, o hamburger vende pelo cheiro e pelo visual. É só notar quanta arquitetura tem nessa indústria. Ah, o sabor, é claro! Tudo bem, é importante, mas está mais para um detalhe de qualidade. Parece que produtos mais elaborados tendem a exigir mais em termos de marketing . Vender chocolates finos, roupas, pacotes turísticos, carros... Imagine a sofisticação do marketing pra se vender uma guerra! Até o cigarro pode propiciar algum prazer para contrabalançar com o mal que provoca. Mas guerra!? Fora do cinema é só aterrorizante, não sobra nenhum glamour .   Um poema de Carlos Drumond de Andrade parece parafraseado numa recente “peça” desse marketing hediondo. Jornalistas investigativos de grandes empresas de mídia acusam uma red

O FÔLEGO DE UM PORTFOLIO

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Nota longa: você está assistindo à uma ópera e, de repente, o tenor dá aquela esticada numa nota. Isso acontece num momento muito marcante da trama. Para um leigo parece um vinil riscado, mantendo o mesmo som, a mesma nota durante um longo tempo. Mas, para o aficionado pelo canto lírico, aquilo é uma catarse! O personagem chega naquela nota alta, segura a voz firme, como um alarme que dispara sobre os sentimentos mais eloquentes dos espectadores. E vai... Nos primeiros segundos o público fica hipnotizado, ouvindo e, lá no fundo, imaginando até onde vai aquele fôlego. O tenor vai ficando roxo mas sustenta, e começam os aplausos aqui e ali. Vão aumentando até que o tenor chegue ao seu limite e mude o tom para, enfim, respirar. A essa altura todos já estão aplaudindo, então levantam, intensificam os aplausos e gritam: bravo! Nota preta: um ativo financeiro começa a valorizar no mercado, as cotações vão subindo. As corretoras incluem o negócio em seus portfólios e sa

PROGRESSO PARA QUÊ!?

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Muita criatividade, espírito empreendedor, sensibilidade para inovação, alta capacitação técnica. Se o conjunto dessas qualidades se assemelha ao seu perfil, cuidado! Você pode se tornar alvo de processos e outras represálias por parte de grupos poderosos. Há uma certa articulação de alguns grupos econômicos pelo direito (?) ao atraso, senão ao retrocesso. Eles entendem que o mundo existe apenas e tão somente para que eles estejam aqui, cada vez mais ricos, poderosos e ... reclamando. O Brasil, principal paraíso judicial do mundo, chegou a sediar causas célebres. Na explosão do WhatsApp operadoras internacionais de telefonia escolheram ajuizar aqui ações contra o aplicativo. A fama do meio forense nacional é semelhante à dos restaurantes baianos: demora uma eternidade para chegar, mas quando vem, mesmo que seja diferente do pedido, vai deixar o freguês muito satisfeito. Nesta semana mesmo, foi cassada uma liminar que impedia uma negociação de ações ordinárias en

A OUTRA TV E O OUTRO BRASIL

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A TV Digital, oficialmente, tomou o lugar da TV Analógica no Brasil. O processo de transição, oficialmente, já pode ser considerado concluído. Desde que se tome por “oficial” algo como uma verdade relativa, uma concessão da realidade dentro de limites que a lei autoriza. Era o primeiro domingo de dezembro de 2007 quando, em cadeia nacional (de televisão!), o então presidente Lula anunciava a estreia da TV Digital no Brasil. Visivelmente abatido – nada sério, problemas com um time de futebol – o presidente resumiu o que seria um cronograma para a total substituição do sinal analógico. A forte referência temporal era a Copa do Mundo de 2014. Nada daquilo aconteceu de fato. Houve sucessivas alterações no calendário até que, em 2016, uma outra mudança tecnológica – a expansão do 4G – levou a um calendário mais realista que se tornou, oficialmente, a implantação da TV Digital no Brasil. Sem querer, oficialmente, também riscaram a fronteira de um outro Brasil

ÔNUS E BÔNUS DA BUROCRACIA DE SEMPRE

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O que significa um orelhão numa rua central de uma cidade grande brasileira? Significa um monumento à burocracia! Um meio de comunicação caro para se manter, que ninguém usa. Será que ainda vendem cartões com créditos para orelhões? Orelhões estão nas ruas, teoricamente em condições de uso, porque em 1998, quando a telefonia foi privatizada, eles eram um importante meio de comunicação. O serviço que era público passou a ser privado. Cada empresa que venceu alguma daquelas licitações passou a ser uma concessionária daquele serviço público em determinada região do Brasil. No contrato de concessão consta que tem que manter os orelhões. Talvez nenhuma outra tecnologia associada a serviço público tenha mudado tanto quanto as telecomunicações nesses 20 anos. Por isso, além do orelhão, a burocracia está obrigando a manter algumas outras exigências caras que não têm mais nada a ver com a telefonia atual. As “teles” – como são conhecidas as empresas de telefonia – qu