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Mostrando postagens de março, 2017

QUANTO VALE UMA BOA CONVERSA

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“-Meu Deus, essa coisa fala!” A frase marca historicamente a estupefação imperial, quando D. Pedro II falou pela primeira vez ao telefone. Falar, se comunicar, a ação mais básica da sociedade humana estava ganhando dimensões globais. No caso do telefone, o  plus  era a privacidade, os conteúdos tinham interesse restrito. O telefone chegou a ser utilizado para a divulgação de conteúdos de interesse geral. No Brasil veio antes da chatice do telemarketing. Surgiu um número para a hora certa oficial, depois da previsão do tempo, condições de estradas e até entretenimento, como piadas do Ary Toledo. Um disque sexo trazia gravações com vozes femininas em clímax de prazer. Houve até um número multiusuário, para conversar simultaneamente com todos ligados naquele número. Se ainda existem ou não, são sinais de que o humano explora cada nova possibilidade de comunicação para amplia-la, nunca a usa apenas para melhorar o que já fazia. C-o-n-t-e-ú-d-o. Esta é a palavra. Para falar, para v

CRIATIVIDADE NA TV, DENTRO E FORA DA PROGRAMAÇÃO

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É o Pato Donald que aparece na capa de todos os gibis da franquia, no título dos desenhos animados da série. Mas o que seria dele sem Huguinho, Zezinho e Luisinho, seus sensacionais sobrinhos!? Eles nunca foram meros coadjuvantes, mas protagonistas, ainda que com menor espaço. Atuam de maneira decisiva para que as tramas façam a alegria do grande público. A televisão brasileira tem uma emissora “Pato Donald”, com maior visibilidade, presença marcante, destaque entre o público. Mas este entretenimento criativo, o mais consumido pelo público brasileiro, seria um porre tremendo se não houvesse outras opções no ar. Esse fato vem sendo ignorado pelas operadoras de TV por assinatura no Brasil. Para elas, basta pagar para ter a Globo no  line up  e as outras que se acomodem no espaço que sobrar. É a chance delas continuarem na disputa pelo segundo lugar. Tudo bem, se a gente não vale nada, então nada, mais nada, mais nada, pela aritmética básica é igual a nada. Não é esse número qu

ARROZ, FEIJÃO E TECNOLOGIA DE PONTA

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Boa parte da atual população do planeta viveu o tempo em que, dentro de casa, alta tecnologia não tinha nem pra remédio. Dito sério, pois até a formulação dos xaropes, comprimidos e fortificantes era bem mais simples. As engenhocas domésticas eram tecnologias assimiláveis, sempre tinha alguém por perto que dava conta de consertar o básico. Quase todo chefe de prole sabia arrumar alguma coisa na mecânica do carro – isto é, entre os que tinham carro em casa. Um primo mais velho, mais curioso, desmontava rádios, às vezes até trocava válvulas de televisores. Era assim também com geladeiras, máquinas de lavar, liquidificadores. Esse foi o ambiente tecnológico ideal para o surgimento da poderosa “gambiarra”. Um arame aqui, gota de cola ali, muita sorte e o aparelho funcionou! Deixa assim, dá um tapinha aqui se falhar, quando piorar a gente chama o técnico. Era quando vinha a bronca pelo “servicinho de porco”. Tudo bem, um dia isso virava marchinha de carnaval e a gente se divertia

BOTs OU ALIENÍGENAS DOS NOVOS TEMPOS

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O homem sempre gostou de “brincar de Deus”. Quer inventar, fazer e acontecer. No começo o desafio era enfrentar as tradições religiosas, impregnadas do primitivismo humano, de obscurantismo. Mas não teve como, as luzes foram chegando e revelando inclusive a nossa natural vocação para o saber, nossa essência “à imagem e semelhança de Deus”. “Não há nada que não deva ser descoberto e revelado a todos”, diz uma citação bíblica. A grande questão é que não passaram a receita. Que sopro foi exatamente aquele que deu vida ao homem? O que mais foi na massa daquele barro onde Adão foi moldado? À parte da linguagem figurada, que veio de nossos antepassados primitivos, o que nos resta é quebrar a cara em laboratórios, livros, estatísticas, para descobrir ou inventar nossos modestos milagres. Foi assim que o milho nativo se transformou nos grãos amarelos e macios dos quais é feita a pamonha. Frutas ficaram mais doces e suculentas e cachorrinhos mais parecidos com personagens de desenhos a

O CONGESTIONAMENTO QUE NÃO APARECE NA TV

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“-Então fica combinado: durante um mês a gente desliga todas as transmissões de TV para a Grande São Paulo, troca todos os canais para o digital e depois religa. Beleza!?” Seria mais fácil parar a Operação Lava Jato do que apresentar uma proposta dessas. O que resta como alternativa para o desligamento do sinal analógico de TV é alguma coisa como trocar um pneu com o carro andando. Pelo menos na Grande São Paulo, que engloba 38 cidades além da capital e concentra a maior quantidade de canais de TV no país. Quem está encarregada da tarefa é a EAD – Empresa Administradora da Digitalização, criada por determinação legal para promover a transição do sinal analógico para o digital nas emissoras brasileiras. O capital da EAD foi todo bancado pelas empresas de telefonia, as teles, que vão ficar com algumas faixas de frequência que são usadas por emissoras de TV. Essas faixas estão em torno dos 700 MHz que, no atual momento tecnológico, são as melhores para a formação de serviços em red