QUANTO VALE UMA BOA CONVERSA
“-Meu Deus, essa coisa fala!” A frase marca historicamente a estupefação imperial, quando D. Pedro II falou pela primeira vez ao telefone. Falar, se comunicar, a ação mais básica da sociedade humana estava ganhando dimensões globais. No caso do telefone, o plus era a privacidade, os conteúdos tinham interesse restrito. O telefone chegou a ser utilizado para a divulgação de conteúdos de interesse geral. No Brasil veio antes da chatice do telemarketing. Surgiu um número para a hora certa oficial, depois da previsão do tempo, condições de estradas e até entretenimento, como piadas do Ary Toledo. Um disque sexo trazia gravações com vozes femininas em clímax de prazer. Houve até um número multiusuário, para conversar simultaneamente com todos ligados naquele número. Se ainda existem ou não, são sinais de que o humano explora cada nova possibilidade de comunicação para amplia-la, nunca a usa apenas para melhorar o que já fazia. C-o-n-t-e-ú-d-o. Esta é a palavra. Para falar, para v