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Mostrando postagens de 2017

AS DECISÕES E O DESTINO

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Mais uma vez, foi a televisão aberta. A tarefa mais complexa das telecomunicações brasileiras em 2017, do ponto de vista operacional, era o desligamento do sinal analógico de TV. Aconteceu com sucesso nas principais regiões, superou os gargalos e, daqui em diante, tende a transcorrer com tranquilidade. No Brasil a televisão aberta tem tradição no quesito “fazer acontecer”. E é um setor todo movimentado pela iniciativa privada. Do ponto de vista das ações de governo nessa jornada, o destaque cabe ao ex-Ministro Ricardo Berzoini. A despeito das críticas que alguns possam ter em relação a esta ou aquela medida, em seu tempo Berzoini sentou-se à mesa para fazer acontecer. Tinha uma proposta mas também ouviu, ponderou e decidiu. Cumpra-se! Com o novo governo, Gilberto Kassab pouco teve como interferir no caso. Decisão foi tudo o que faltou em outro tema de relevância das telecomunicações neste ano. A recuperação judicial da Oi foi um fantasma que assombrou o Executivo, o Judiciário

NEUTRALIDADE DA REDE E SOBERANIA

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Quantos chuveiros tem na sua casa? E ar condicionado, também tem? Dependendo do seu padrão de conforto, mais robusta tem que ser a rede elétrica. Alguns padrões para sua escolha, com respectivos preços, e estamos conversados. A quebra do princípio da “neutralidade da rede” entre provedores de Internet passa por este modelo. As empresas de telecomunicações, que dão acesso à Internet, pelo princípio da neutralidade não podem cobrar mais por determinados conteúdos. Um caso clássico foi o  Netflix . Chegaram a ser cobrados valores a mais, alegando que o tráfego de filmes entupia a rede e não rendia nada para as operadoras. Com a “neutralidade”, as cobranças extras acabaram. Foi durante o governo Obama. Trump voltou tudo como era antigamente. Mas isso não deve constituir um problema, como muitos alardeiam. Em recente artigo o Jornalista Samuel Possebon posiciona a questão no ponto exato de observação ao microscópio. E descreve, dentre os contornos, o relevo comercial que se vis

TRAGÉDIA E COMÉDIA NO CASO OI

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A situação da Oi cada vez mais se assemelha à tripulação de um grande navio, brigando entre si pelo único bote salva vidas a bordo. Cada um tem como meta se dar bem, sem nenhuma preocupação com o rumo do navio, muito menos com a legião de incautos que embarcaram na maior boa fé e ainda não se deram conta dos sérios problemas. A empresa, que está em recuperação judicial, precisa apresentar aos credores um plano para se recuperar. E este plano deveria ser analisado e votado numa Assembleia Geral de Credores, marcada para a próxima terça-feira, dia 19 de dezembro. Já é a terceira vez em que a data da assembleia foi transferida e deve ser, mais uma vez, adiada. A briga, que acontece entre alguns setores do Conselho e a Diretoria da companhia, caiu na pura baixaria, segundo matéria publicada pela Revista Piauí. No mês passado o Presidente da empresa, Marco Schroeder, pediu pra sair e fez constar em ata que sofreu “ameaças à sua integridade física”, como represália contra os encamin

PAIXÕES E RAZÕES NOS DESTINOS DA TECNOLOGIA

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O caso teria acontecido num posto da Polícia Rodoviária Federal, numa estrada que corta uma reserva ambiental. O guarda manda parar um carro de passeio e, ao se aproximar, percebe um tatu numa espécie de gaiola, ao lado do motorista: “-Quero ver seus documentos e os documentos do carro. E já adianto que o senhor vai ter problemas, porque tatu é um animal silvestre da fauna brasileira e não pode ser retirado do  habitat  natural.” “-Seo guarda, o senhor está enganado. Esse tatu eu achei ferido há muito tempo, ele era filhote, cuidei dele e criei como animal de estimação.” “-Sugiro que o senhor diga isso ao juiz. A lei prevê pena de prisão para quem prende animais silvestres.” “-Ô, seo guarda, peraí! Eu posso provar, o tatu é adestrado, se eu o chamar ele vem como um cachorrinho.” “-Que interessante...” “-Sim, é muito interessante! Aposto que o senhor nunca viu um tatu adestrado.” “-Meu amigo, interessante é o senhor querer que eu acredite nessa conversa. Eu estou há m

O BITCOIN VAI ENTRAR NO JOGO

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Bitcoin  é uma palavra que hoje lembra dois excessos: muito dinheiro e muita dúvida. No último mês de agosto um artigo deste blog chamava a atenção para a oportunidade de ganhar muito dinheiro “nos próximos meses” com as moedas virtuais, ou criptomoedas, nome mais em moda no momento. Não deu outra. Elas estão valorizando até hoje e, nas próximas semanas, podem dar outro salto. É quando devem ser lançados os contratos futuros de  bitcoins  na CME, a Bolsa de Mercadorias de Chicago, a maior do gênero no mundo. Isso vai fazer os  bitcoins  ganharem um novo  status  no mercado e então... mais dúvidas. Só neste ano o valor do  bitcoin , até agora, multiplicou por 10. Nenhum outro tipo de investimento teve um desempenho próximo a isso. E sabe qual o motivo dessa valorização? Eis aí uma grande dúvida. Ninguém sabe dizer exatamente. Quem atua no mercado financeiro sabe que, para avaliar um investimento qualquer, existem dois tipos de análises: a análise de fundamentos e a técnica. No

PRIVACIDADE, SEU AVATAR VULNERÁVEL NA INTERNET

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PRIVACIDADE, SEU AVATAR VULNERÁVEL NA INTERNET O  case  é antigo, mas reaparece vez por outra, para ilustrar lições de marketing de relacionamento. É aquele do sujeito que ligou para a pizzaria e foi atendido pelo nome. A simpática mocinha, que olhava no cadastro, puxado pelo número do telefone, já sabia também as pizzas que o cliente mais pede. Aproveitou para citar a que estava em promoção. Cliente contente, então ela sugere uma sobremesa, que melhorou o  ticket  para a pizzaria. Um exemplo bem acadêmico para quem estuda marketing, mas preocupante para quem investiga crimes cibernéticos. Dados de clientes vagam entre sistemas, que podem se conectar a big datas, ficam circulando. É uma parte de você passeando tranquilamente num “condomínio virtual” aparentemente seguro, mas na mira de bandidos engenhosos. “-Ora, que risco eu corro se alguém descobrir a pizza da minha preferência? Meus cadastros são superficiais, dessas coisas que a gente usa sempre.” Sim, coisas do cotidiano,

PERDIDO NO ESPAÇO EM VERSÃO BRASILEIRA

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O “funcionário fantasma” é uma figura bem popular no Brasil, já virou até personagem de série de TV. Ele consome recursos do erário público mas sequer comparece para prestar nenhum serviço à nação. É mais ou menos a condição atual do SGDC – que não são as iniciais de algum implicado num processo em segredo de justiça, mas do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação. É o primeiro satélite operado 100% pelo Brasil, o primeiro “cidadão brasileiro” em órbita, que chega ao espaço trazendo esses maus hábitos da troposfera. A “posse” foi no início do último mês de maio, quando foi lançado pelo foguete Ariane 5. O investimento de R$ 2,8 bilhões foi literalmente para o espaço, porque a maior parte da infraestrutura em terra para receber o sinal não existe. Essa situação criada na Telebrás, como as mazelas em geral dos órgãos públicos, é fruto da falta de planejamento e de contingências políticas. O SGDC foi concebido no final do Governo Lula para ser um servidor público, autê

HUMANISMO E HUMANADAS NO CIRCO HI-TECH

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Se você não tem uma resposta para a seguinte questão, pergunte a um comediante: “-O que leva uma pessoa a passar uma noite fria de outono na rua, em Nova York, esperando abrir a loja da  Apple  para comprar um  iPhone X ?” A resposta dele deve ser engraçada. Mas se você quiser uma resposta mais divertida e criativa, talvez o melhor seja perguntar a um psicólogo freudiano. Não que os psicólogos sejam palhaços, é o comportamento humano que está ficando mais engraçado. Ou mais triste, para os pessimistas. Com certeza, está mais verdadeiro, na medida em que a gente se conhece mais. São  halter egos  ocultos que representamos, num faz-de-conta tosco em que o mundo virtual nos recebe. Nos videogames, por exemplo, já fugimos do  Pacman , passamos pela ingenuidade do  Super Mario Bross , pela crueldade de lutadores monstruosos, até pela habilidade do Neymar. Atitudes estranhas? Faz tempo, mas você já riu de alguém falando alto e gesticulando na rua só para mostrar que está ao telefone c

AS HORAS DA LEI E OS MINUTOS DA TECNOLOGIA

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Fim de ano vem chegando e muita gente já está organizando as Festas. São famílias escolhendo a casa onde vai ser o Natal, são turmas decidindo se vai ser praia ou campo e cada um calculando se vai ser no cartão ou do décimo terceiro. A questão é que, independente do que ficar resolvido, no dia 25 de dezembro vai ser Natal e no dia 31, o  Réveillon . As famílias, as turmas, todo mundo sabe disso. O tempo passa e as coisas acontecem. Para acontecerem do jeito que queremos, devemos nos ajustar ao tempo. Essa sensibilidade quanto ao poder do tempo ainda não se nota na política de vários países, caso também do Brasil: “-Ah, isso aí a gente precisa ver como vai ficar.” Pode ter funcionado durante um tempo, mas no atual ritmo das mudanças tecnológicas não pode ser. A Lei do SeAC, que regulamenta os serviços de TV por assinatura, não vai mais exigir a chamada “caixa híbrida” no DTH, que permitiria sintonizar tanto o sinal do satélite quanto o da TV aberta. Ou melhor, na verdade isso

PROTAGONISTAS E FIGURANTES NA NOVA ERA

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Um fundo de estrelas fixas sobre o qual se movimentam o sol, a lua e outras cinco “estrelas errantes”. Com base neste cenário, há mais de 6.000 anos a Astrologia tenta prever o futuro, entender as pessoas e sugerir atitudes. Do outro lado da verdade estão milhares de estudiosos, satélites, supercomputadores e aparelhos sofisticados para prever apenas quando e quanto vai chover. Tudo que os dois conseguiram até hoje foi um pequeno box para cada um em alguma página dos jornais. Esses dois esforços futuristas só nos convenceram de que previsões servem, antes de mais nada, para influenciar. E também para gerar explicações, depois que não se confirmam. Alguns fatos deste mês de outubro, num intervalo de pouco mais de dez dias, guardam uma relação sugestiva, com ares de presságios. Um prato cheio para previsões ou, no mínimo, especulações qualificadas. Começando de trás pra frente, pela campanha “Milhões de Uns”, da Rede Globo. Muito oportunamente, a Direção de Negócios do grupo e