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Mostrando postagens de dezembro, 2016

COM QUANTOS PACOTES SE FAZ UMA BOA CRISE

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Crise econômica é uma novidade para uma parte razoável do mercado de trabalho brasileiro. Mas, para essa turma que está se aposentando agora, tem até um gostinho de volta à rotina. É um pessoal acostumado a “pacotes econômicos”, panaceias fiscais ou financistas que se encaixam no sofisma “conjunto de medidas capazes de tirar o país da crise”. Isso era comum no Brasil há pouco mais de 20 anos. Os gestores políticos nunca pensam em mudar a estrutura produtiva do país para resolver a crise, porque sabem que vai demorar muito. Porém, a história recente mostra que as mudanças estruturais podem trazer resultados consistentes em menos tempo, porquanto os remendos empacotados só mudam temporariamente as características de uma crise que nunca acaba. O aumento da produtividade é uma das mudanças estruturais da qual não se pode escapar. Significa produzir mais com os mesmos recursos. Se o recurso Internet é importante para uma empresa, a produtividade tende a crescer se a velocidade de c

TRINCHEIRAS E DIPLOMACIA EM BUSCA DE JUSTIÇA

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O gigante Golias nunca quis conversa com o jovem Davi. Mas hoje, num mundo que já viveu tantas lições e transformações, seria mais provável encontrar os dois trocando ideias num almoço de negócios. Foi mais ou menos isso que se viu no último Painel Telebrasil, ao final de novembro. As teles (operadoras de telefonia) falaram dos OTTs (serviço “over the top”, tipo Netflix) como potenciais parceiros, que estão explorando um segmento do mercado. Há dois anos, um só pronunciava o nome do outro para reclamar nos órgãos oficiais. O assunto é particularmente interessante porque esses serviços têm afinidades tecnológicas muito fortes, mas modelos de negócio muito diferentes. A telefonia talvez tenha sido o primeiro grande segmento empresarial a migrar “em massa” para a tecnologia digital. Com as centrais telefônicas de processamento as teles reduziram o espaço de suas instalações em pelo menos 10 vezes. Os custos de operação caíram drasticamente, como também os de manutenção. O público,

AS PROVAS DE FOGO DA INOVAÇÃO

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Inventar uma coisa é uma coisa. Inventar um grande negócio com aquela coisa, é outra coisa. A maioria das pessoas ainda não atentou para essa diferença e acredita que um grande invento é o ponto final de uma história de riqueza. A própria história é cheia de exemplos contrários, alguns bem curiosos. Imagine um filme de época, ambientado nas Minas Gerais, nos tempos da Inconfidência. O poeta revolucionário Tomás Antônio Gonzaga está a declamar seus versos à Maria Doroteia Joaquina de Seixas, sua amada. Ao final, em pleno clímax do romance, ele a convida para tomar um refrigerante. Pois é, você iria achar que virou piada, mas nos tempos de “Marília e Dirceu”, já havia sido inventado o refrigerante. Mais exatamente em 1772, quando o químico inglês Joseph Priestley desenvolveu uma forma de gaseificar a água e fez o primeiro refrigerante. Só cerca de 100 anos mais tarde é que surgiu a primeira indústria de refrigerantes. Então virou um grande negócio, com sede nos Estados Unidos. D

PODER E ÉTICA NO USO DA TECNOLOGIA

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“Desarmado e perigoso”! Se não for o MacGyver, personagem da lendária série de ação e aventura da TV, só pode ser um policial londrino. A tradição da  Scotland Yard , de não usar armas de fogo no policiamento metropolitano de Londres, exigiu do efetivo atributos pessoais e alguns acessórios capazes de intimidar malfeitores. No caso dos acessórios, o mais recente é a câmera de vídeo. Isso mesmo, o que deveria ser equipamento para determinados níveis de oficiais, agora faz parte do uniforme de toda a corporação. Durante o período de um ano em que foram testadas, as câmeras demonstraram quase um “poder de fogo” no policiamento. Num país onde as leis são levadas mais a sério, alguém que se proponha a transgredir vai pensar mais antes de se expor a provas incontestáveis de som e imagem. Não dá para arriscar na criatividade e contrapor a própria palavra contra a dos policiais, diante do juiz. A verdade ou não sobre eventuais abusos de poder dos policiais também preocupa menos, uma vez

OS HERÓIS E A CHANCE DE OVERDOSE

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O que é, o que é? Serviço de uso pessoal que em um ano, no Brasil, teve mais de 29 milhões de contratos rescindidos. Se você disse “linha de telefone celular” você acertou (ou quase!). Muitos até pensaram nisso, mas devem ter mudado de ideia porque, até há pouco tempo, a quantidade de linhas de celular só aumentava. Cair tanto assim, em tão pouco tempo, parece impossível. Mas caiu. É mais uma lei da natureza que se impõe sobre a força da tecnologia e os poderes do mercado. Foram mais de 29 milhões de linhas desativadas. O “quase” é porque as linhas desativadas eram pré-pagas. As pós pagas cresceram em 5,87% no mesmo período, uma boa taxa, mas que não consegue superar, nem de longe, os 14,3% de redução nas “pré”. Um mergulho em alguns números desse mercado vai ajudar no raciocínio: depois desses 29 milhões de linhas desativadas, sobraram no Brasil cerca de 175 milhões de linhas pré-pagas. Representam praticamente 70% da telefonia móvel no país, sendo que os 30% restante são celul