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Mostrando postagens de outubro, 2015

UMA PÍLULA PARA A INOVAÇÃO

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O alerta foi feito por vários médicos, tanto urologistas como psiquiatras: o Viagra e similares não funcionam se o usuário não estiver motivado para "partir pra cima". O recado foi para os maridos que, desinteressados pelas intimidades da vida a dois, aparecem em consultórios procurando uma receita para a inquietude das esposas. As cobranças muitas vezes atrasam o sono, tão importante para o sucesso no dia seguinte, nos negócios, pelos quais são verdadeiramente apaixonados. Sem desejo o milagre não acontece em casa e a culpa fica entre o médico e o laboratório. O mesmo se passa com a inovação. Não havendo motivação, interesse, e até uma certa paixão, ela não vai surgir firmemente nas alturas do sucesso. Por outro lado, exige-se um ambiente adequado, que favoreça a abordagem. É o que não acontece no Brasil. Pelo menos foi o que transpareceu até há pouco o recente episódio envolvendo uma outra pílula, a "pílula da USP", anunciada como a cura do câncer. Es

TEMPO INSTÁVEL PARA A TV BRASILEIRA

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"Na compra de um novo, garantia de três anos ou até 10 mil quilômetros". Em menos de uma linha, um contrato claro no mercado de automóveis. Nem sempre é tão fácil assim. Quando uma condição não exclui claramente a outra fica na base do "tá escrito ali", só que não, "porque antes tá escrito isso aqui". É o que parece estar acontecendo no caso do "switch off" brasileiro, tecnicamente traduzido por "desligamento do sinal analógico de TV" ou ainda, "apagão", para os íntimos. As razões dessa confusão começam a ficar claras quando se entende os interesses em jogo. Por que é importante desligar o sinal analógico? Não dá pra deixar o sinal digital e o analógico no ar e cada um escolhe o que quiser? Não pode, porque seria um grande desperdício. A Internet, o crescimento das telecomunicações, dependem muito de espaço no chamado espectro eletromagnético. Esse espaço depende muito da melhor organização das frequências, o que acab

ENTRE O ADOLESCENTE E O "ABORRECENTE"

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Adolescência é uma idade complicada. A gente espicha, a voz muda, a cara começa a ficar de adulto, mas a criança dentro da cabeça ainda decide muitas coisas. Tem o lado prosaico, tipo ser flagrado pelo Inspetor bem na hora em que pulou o muro da escola. Daí o marmanjão vai pra diretoria e dá aquela desculpa esfarrapada: "-É que eu esqueci o livro de história, eu queria ir busca-lo em casa." O Diretor fica pasmado, pensando o que é que tem a ver uma coisa com outra! Até quando vai precisar fazer de conta que é possível acreditar nesse tipo de explicação? O outro lado dessa mistura de criança e adulto numa só pessoa é muito mais preocupante. Melhor nem exemplificar, até porque os casos são cada vez mais assustadores, na medida em que este mundo fica mais complexo. A sociedade está cada vez menos flexível, cada um tem de agir dentro de um padrão, o meio termo atrapalha o ritmo das coisas. É assim que surgem alguns tropeços dessa jovem democracia que adolesce num paí

COLOQUEM OS CINTOS, O PILOTO MUDOU

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Máquina de escrever, identificador de chamadas telefônicas, sensor de movimentos Kinect, avião e até o Facebook. Tem muita coisa que brasileiros inventaram, total ou parcialmente, mas que enriqueceram empreendedores de outros países. A explicação pra esse tipo de mico é que o dinheiro chega para quem inventa uma forma de uso. Santos Dumont inventou o avião mas a aviação foi inventada em outro país, para que todos pudessem usar aviões. O câmbio automático é uma criação brasileira de 1932, dos engenheiros José Braz Araripe e Fernando Lemos, mas ninguém fabricava carros aqui naquela época. Usar onde, então? Seis anos depois a General Motors comprou a patente e passou a usar e comercializar devidamente o invento brasileiro. Pois é, hoje a invenção brasileira com maior potencial de uso e geração de negócios no Brasil é o Ginga C. Se tem outra, está bem escondida. O Ginga é um software, do tipo middleware, que instalado num set-top box (conhecido como "conversor digital"),

CRIADOR E CRIATURA

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O efeito da indústria do cinema na sociedade é algo que ainda vai demorar um tempo pra ser aquilatado. Pense no efeito que ele teve na sua vida. Filme inesquecível, cena, atitude, talvez até na escolha da profissão, da namorada, na decisão de se casar. O cinema é tudo isso e é também o criador da TV. Foi a produção da telona que preencheu e trouxe vigor para a telinha virar companhia íntima do mundo todo. Outro sério efeito na sociedade! A TV acabou com a mesa do jantar, com as cadeiras nas calçadas, trocou o voyerismo das janelas pelos reality shows e assumiu uma vida própria. Nesse meio tempo foi acusada de ameaça contra o próprio cinema, quando inventaram os vídeo cassetes. Mas as salas só mudaram para os shoppings e se multiplicaram. Os arautos dos fins dos tempos também previram o fim dos shoppings. Foi quando inventaram o comércio eletrônico. Desde então os lançamentos de novos shoppings cresceram consideravelmente. Agora é o fim da TV aberta que está em pauta, portanto,