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Mostrando postagens de setembro, 2015

INOVAÇÃO É PARA DESTRUIR OU CONSTRUIR?

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Inovação tem algo meio contra intuitivo: quanto mais rápida, melhor a gente vê. Fica muito perceptível quanto o mundo se transforma em tão pouco tempo. Inovação, oras! E olha, vendo assim, nos detalhes, é um bicho de sete cabeças. Em cada cabeça, uma carinha mais linda que a outra, mas no todo é assustador. Na primeira metade do século passado, quase numa profecia, o economista Joseph Schumpeter cunhou um termo para inovação que hoje está parecendo mais um conceito: destruição criativa. Genial! Praticamente dois antônimos que se alinham para apontar um significado preciso. Para o economista austríaco o surgimento de uma inovação é a razão suficiente e necessária para que a economia saia de um estado de equilíbrio e entre numa disparada. Lembrando que, do equilíbrio à disparada, tem muita destruição. O caso mais emblemático, no momento, é a criação Uber destruindo taxistas. Eles formam quase uma nação sem estado, fruto da diáspora automobilística, de um ciclo econômico ante

A CIÊNCIA HUMANA E A TV

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"-Amor, você acha que esses brincos combinam com o meu corte de cabelo?" Ela fala na maior felicidade. Para as mulheres em geral, se enfeitar para aparecer em público é algo excitante. O "Amor" pode estar irritado. Não só porque não entende o que brincos tem a ver com corte de cabelo, mas pelo atraso que aquela decisão vai causar ao compromisso. "Coisas de mulher", diriam os machistas. Pois esses ogros deveriam ouvir o que Barack Obama confessou a respeito da tarefa de se vestir: "-Vocês devem ter percebido que só uso ternos cinzas ou azuis. Não quero decidir sobre comida ou roupas, porque tenho tantas outras decisões a tomar." Veja só, macho que enfrenta terroristas, confessando que escolher roupas, cansa. Não é só ele. Mark Zuckerberg, o bilionário do Facebook, que usa camiseta cinza idêntica todos os dias, explicou que quer liberar a vida dessas questões, "para que eu precise tomar o mínimo possível de decisões sobre qualquer coi

ENTRE MITOS E HERÓIS, O JULGAMENTO DA HISTÓRIA

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Construir mitos é uma técnica sofisticada e muito lucrativa. Já faz um tempo que os marqueteiros perceberam a necessidade que o povo tem de se projetar em pessoas perfeitas, acreditar em infalibilidade, em onisciência. Um mito costuma ter tudo isso e, hoje em dia, também uma marca. Por exemplo, Steve Jobs, o mito da marca Apple. Ele tornou-se uma existência tão proeminente que já virou filmes, livros, "cases" dos mais diversos e, sintomaticamente, o patrono da marca mais valiosa do mundo. Na China, o empreendedor da marca de celulares Xiaomi chama-se Lei Jun e é conhecido como o "Steve Jobs mandarim", numa tentativa de aromatizar, com uma pitada do mito americano, a receita de um mito chinês. São negócios, tudo negócio. Não que os nomes citados não façam jus às respectivas posições alcançadas. A questão é que, enquanto é negócio, todo enfeite que couber, vale, porque atende requisitos de marketing. A maior parte do que é realmente verdadeiro vai demorar um

O IMPOSTO SOBRE VALOR DESAGREGADO

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Na arquibancada de um estádio, intervalo de jogo, um dentista comentava a técnica eficiente para sossegar seus pacientes. Ele posiciona a cadeira de uma forma que fica muito difícil o paciente enxergar o que ele tem nas mãos. Os movimentos são bem discretos, para esconder os instrumentos. O dentista garante que essa manobra psicológica alivia muito o incômodo dos, digamos, "impacientes". A agulha de injetar o anestésico, por exemplo, se transforma num Alien aos olhos de quem está na cadeira. Sem ver, relaxa mais. Moral da história: quando você não vê, dói menos. Os impostos em geral seguem essa lógica. Tanto que algum oposicionista conseguiu aprovar uma lei pra exibir a dor do consumidor na nota fiscal. Mas aquele número não é tudo, pode ter certeza. A cascata de impostos é tão alta que forma aquela nuvem d'água, não dá pra perceber toda a massa fria que arrepia os contribuintes. Assim, os preços carregam muito dinheiro que não vai ser lucro do comerciante e nem