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Mostrando postagens de janeiro, 2015

INCOMPATIBILIDADES E UM CERTO DESCONFORTO

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A briga discreta entre a poltrona e o sofá é antiga, mas pouca gente se deu conta. Na sala de estar parecem viver em completa harmonia, um ambiente aparentemente feito para eles. Mas quem acompanha a história sabe que a poltrona nunca se contentou com a rotina doméstica. Foi para os grandes teatros, assistiu às grandes óperas e viu nascer o cinema, que se tornou o principal negócio da economia americana desde a segunda metade do século passado. Aliás, foi nesse período que o sofá começou a dar o troco. Com seu jeito sedentário, mais informal, começou a acolher em seus limites a vasilha de pipoca, a lata de cerveja. Os chinelos ficam mais por lá do que em baixo da cama. É que a televisão, ao contrário da poltrona, resolveu encarar de frente a realidade do sofá, levando até ele os grandes clássicos do cinema, os grandes eventos, cada vez com mais qualidade. Esta união muito bem resolvida trouxe frutos como o home theater, o videogame e ameaça conquistar, para a boa e velha sala

POR QUE PAGOU, PAGOU POR QUE!?

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A televisão, cada vez mais, vai deixar a tela tradicional. Pra entender essa projeção futurista é melhor pensar a partir da definição do que é exatamente "televisão". Um bom começo é o Wikipédia, que traz definições curiosíssimas quando quer explicar as coisas mais comuns deste mundo. Lá está: "televisão é um sistema eletrônico de reprodução de imagens e som de forma instantânea." Para esta nossa reflexão, a parte mais importante da definição do Wikipédia está numa advertência, logo em seguida: "o televisor ...... às vezes recebe erroneamente também o mesmo nome do sistema...... ". Ou seja, "televisão" é um sistema todo que manda som e imagem para o "televisor", que é apenas uma tela. Claro, quando não tinha tela em nenhum outro lugar, televisor e tela eram uma coisa só. Mas agora, do mesmo jeito que o seu microcomputador pode ser uma máquina de escrever, depois uma máquina de calcular, ou de jogar xadrez, também pode virar um

UM NOVO OLHAR SOBRE AS VELHAS TVs

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Lixo e reciclagem formal um "casal" de palavras que costuma aparecer em textos "cabeça" das mais variadas editorias de jornais. Como a reciclagem é a vedete do momento e o lixo o vilão, estão procurando algum parceiro mais adequado para frequentar a consciência dos leitores. E o Brasil vai ter uma oportunidade especial em breve para melhorar esse enredo. Dos cerca de 110 milhões de aparelhos de TV existentes no país, quase um terço não é digital. E é só isso! Sim, não deem ouvidos ao lixo e ouçam o que tem a dizer a dócil reciclagem. Tem muita gente falando que as TVs analógicas vão para o lixo, o que seria uma atitude pouco inteligente, antes de ambientalmente incorreta. O destino dos aparelhos vai ficar entre a reciclagem e um companheiro próximo dela, muito simpático, o reuso. Afinal, a reciclagem remeteria a uma transformação mais radical do aparelho, o que não é o caso, e o reuso, por si só, não pode garantir um novo destino à velha televisão. O que de

GUERRA DOS MUNDOS

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Você sempre foi mais "software" do que "hardware". Quer dizer que você interage muito mais dentro do seu pensamento do que no mundo concreto. É lá, no seu pensamento, onde está a maior parte do mundo em que você vive. Independentemente das vezes em que você pode ter visto pessoalmente Barack Obama ou o Papa Francisco, William Bonner ou Ivete Sangalo, com certeza cada um deles está mais presente na sua vida do que a grande maioria dos seus vizinhos. Até o seu chefe possivelmente está mais no seu pensamento do que à sua vista. Sim, existir é um fato abstrato, uma experiência virtual. Isso explica, em parte, porque o mundo virtual da Internet cada vez mais absorve as pessoas, permeia tantas vidas. Num mundo sem limites de tempo ou espaço, sem distâncias, onde seu círculo social está tão presente quanto o seu trabalho, onde todas as bibliotecas do mundo chegam à sua prateleira, quase tudo fica muito mais fácil. É o mundo de software, que agora disputa as horas

A DIFERENÇA ENTRE A TELA E A TV

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São vários os casos de produtos que ficaram com o nome de uma marca. O bombril, por exemplo, muita gente ainda acha que é sinônimo de esponja de aço. A televisão é outro caso. Foi o primeiro produto a ocupar uma tela doméstica, por isso tem muita gente pensando que tudo que aparece em uma tela é televisão. Numa recente apologia aos serviços de streaming, o Ilustrador e Roteirista Fábio Yabu fez uma afirmação especialmente feliz: a TV é feita pensando no anunciante. Com certeza! E isso explica quase tudo. Porque o sujeito anunciante não é um diletante. Ele paga a TV porque se trata de um produto estudado para conquistar massas, aquelas perante as quais o anunciante precisa se anunciar. A televisão é, por definição, uma empresa que reúne grupos de profissionais especialistas em captar a atenção do maior número de pessoas durante o máximo de tempo possível. Prioritariamente isso. A discussão em torno da quantidade de bobagens que muitas vezes é feita em nome desse objetivo, t