O CARÁTER DAS CANETAS
"Ele tem a força!" Ou, numa interpretação mais atual, "ele tem a ... caneta!" Esse poder de varinha mágica que possuem determinadas canetas é responsável por boa parte do atraso do mundo. É quando o gestor público esquece que a autoridade se estabelece com base na lei. Recebe um cargo e sai assinando o que tem na cabeça, como se a expressão da própria vontade fosse tudo que se esperava dele. Acredita-se uma sumidade cujos atos serão, por definição, os melhores. O gestor consciente e competente, antes da lei, terá seus próprios limites morais. Vai respeitar o valor da palavra, as expectativas que gera ao seu redor, os hábitos já estabelecidos, para tratar cada situação com o devido respeito. Porém, quando a palavra dita passa a ser apenas uma arapuca e, quando até a palavra assinada, depois de acordos, desaparece diante de uma assinatura idêntica mais recente, é porque uma crise institucional está se desenhando. Um exemplo: com o leilão da faixa de 700M