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Mostrando postagens de outubro, 2014

COMEÇANDO PELO TELHADO

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Na escola a gente aprende que o Brasil teve ciclos econômicos. O ciclo do açúcar, o ciclo da mineração, o do café e por aí vai. O mundo mudou muito nesses quinhentos anos, mas os tais ciclos ainda seguram as pontas por aqui. O Brasil depende muito do dinheiro que entra com as exportações de açúcar, com as exportações de café e também de minérios, como o ferro. Possivelmente porque o açúcar, o café e o ferro que são exportados hoje, praticamente são iguais ao que era exportado há séculos. Os produtos pouco mudaram, os hábitos de consumo dessas commodities também. Então dá pra gente continuar produzindo e vendendo. Não é o que acontece com produtos eletrônicos, por exemplo. Pouco adianta inventar agora uma política para o setor. Já pensou o tempo que seria necessário para formular a tal política!? Seria muita conversa, palanque para alguns políticos e acadêmicos de prestígio e um monte de ideias para redução de impostos. Enquanto isso, o portfólio de produtos eletrônicos já te

O LIMITE DA HONESTIDADE

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"Monja Coen" Década de 70, século passado. Os amigos costumavam emprestar até dois livros durante a vida toda. Era o suficiente para se arrepender. Livro emprestado dificilmente volta e, nas raras exceções, costuma chegar estragado. Música, então!? Na época eram os discos de vinil, riscam à toa, voltavam estalando. As fitas K-7, tão pequenas, eram fáceis de sumir. Isso quando o cabeçote de um "tape" não mastigava meio metro de música. Então, melhor deixar aqui do meu lado, mesmo que não me sirva mais pra nada. Será que é a era digital que está deixando as pessoas mais solidárias? Agora todos querem compartilhar os streamings musicais, literários e cinematográficos com os amigos. E dizem que egoístas são os detentores dos direitos autorais. Eles já fizeram de tudo para controlar as cópias, mas os bits são mais espertos. Não precisam mais do que um click para atravessar o mundo. Eis que agora a família começa a ser considerada uma extensão legítima de c

TRANQUILIDADE ATÉ QUANDO!?

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Noite escura, a chuva começou e o casarão da fazenda longe, nem dava pra ser avistado. O jeito foi parar na casa do Donizete, na pequena vila de colonos que ainda resistia. Já tinha eletricidade e funcionava bem, até que meia dúzia de clarões cortassem por cima do riacho, trazendo no rastro o estrondo das trovoadas. Naquela hora a luz era de querosene, nos pavios de dois lampiões. O pai do Doni disse que deveríamos esperar, porque a enxurrada que cortava a estrada, numa voçoroca, era perigosa para as crianças. E se fosse pelo lado de baixo, perto do riacho, o risco era pisar em cobras. Acabou sendo esse o tema da sessão lampião: as cobras! Hoje eu entendo que o sucesso que o pai do Doni fazia com as estórias estava no fato de sempre terem um final feliz. O que mais me marcou foi sobre uma noite que ele passou perdido numa clareira, ainda criança, e adormeceu sobre um pedaço de couro macio que estava jogado lá. Pela manhã, ele viu que se tratava de uma enorme sucuri. O final feliz?

A SEGUNDA VISÃO DA POLAROID

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Se você acredita que o homem já teve um terceiro olho, localizado bem no centro das duas sobrancelhas, certamente vai ser considerada uma pessoa esotérica. Mas a tese tem alguns fatos concretos associados. A glândula pineal, ou epífise neural, para quem não ouviu falar tem o tamanho e a forma semelhantes a um caroço de laranja. Fica bem no centro do cérebro e lá, naquela escuridão, é constituída por membrana cristalina e receptores de cor! A pineal está envolvida em tecido conjuntivo, muito semelhante ao do globo ocular e possui uma inervação parassimpática proveniente inclusive de gânglios óticos. Palavras da Wikipedia. Pelo que está lá, dá pra começar a considerar mais a hipótese da terceira visão, até então puramente esotérica. Os hindus dizem que a glândula está associada à capacidade intuitiva e à percepção sutil. No Século XVII, René Descartes, o criador do método científico utilizado até hoje, acreditava "ser a glândula o ponto da união substancial entre corpo e al

A CRIATIVIDADE QUE DÁ NOVA VIDA À TECNOLOGIA

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Vai chegar o dia em que vamos avacalhar os navegadores que atracaram na Bahia, nos idos de 1.500:"-Os caras eram tão 'manés' que os índios conseguiram trocar espelhos por meras pepitas de ouro." Já tem discurso pra isso. O espelho, componente de razoável valor agregado, tecnologia de ponta à época, poderia ser usado na montagem de telescópios, microscópios e até para dar brilho nas orelhas das peruas, como seria com o ouro. E, com brincos de ouro ou de vidro, a aprovação só viria depois de passar por um bom espelho. Entra era, sai era e pouca coisa muda na essência do que é o mundo. Até o início do século passado era gente se matando para conseguir mais ouro ou mais pedrinhas brilhantes, de valor absolutamente subjetivo. Nesses tempos, de muito mal gosto, uma boa guerra se faz por petróleo, nada decorativo. Justo agora que estão descobrindo um valor de utilidade para aqueles penduricalhos mais tradicionais. Por exemplo, o diamante nas telecomunicações, o ou