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Mostrando postagens de 2014

A HISTÓRIA DOS TRILHOS E O BONDE DA HISTÓRIA

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O Brasil registra um caso raro no seu modelo de desenvolvimento: a substituição de trens por caminhões. Trocaram estradas de ferro por estradas de terra ou asfalto. No mundo todo o que se viu foi uma soma, modernizaram as estradas de ferro e os veículos ferroviários, como acontece no setor rodoviário. Aqui acabamos por constituir a prova de que o desprezo de uma das alternativas é um grande prejuízo. Mesmo assim, há quem defenda a exclusão ferroviária. O argumento é de que a indústria automotiva puxou uma cadeia produtiva imensa, alavancando a economia. Mas se você não é fabricante de automóveis sabe que esse álibi é fraco. Há vários indicadores de que as ferrovias teriam trazido tanto desenvolvimento que hoje, as indústrias brasileiras em geral, estariam maiores e mais fortes, até as de carros. A via que se quer extinguir agora é a radiodifusão. Interessados no que seria o espólio da TV aberta, já divulgam até a data do "switch off apocalíptico": o ano de 2030!

OS ECOS DO APAGÃO

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Você sabe em que dia e mês começa o próximo carnaval? Ou o dia da semana em que caem os feriados prolongados dos próximos anos? É, mas muito provavelmente, antes dessas datas felizes você vai saber em que dia o sinal analógico de TV vai ser desligado na sua região. Ah, vai saber sim! Uma portaria publicada no dia primeiro deste mês determina que, durante um ano antes do desligamento, cada emissora veicule diariamente anúncios sobre a data e o novo canal de sintonia digital. Você vai ter de assistir durante um ano, em todos os canais, a data na qual o sinal analógico vai ser desligado na sua região. Começa com 3 anúncios por dia por canal e, a cada 2 meses, mais 3 anúncios diários. Isso significa que quando faltar dois meses para o desligamento, você pode assistir 15 anúncios diários, sobre a mesma coisa que já sabe há 10 meses. Um sério problema para os especialistas em comunicação, que precisam tornar a programação atraente! A data de desligamento vai variar de uma regi

AS FRONTEIRAS DA TECNOLOGIA

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A manhã daquela segunda-feira estava chuvosa e antes das equipes saírem a campo fomos apresentados a um novo executivo da empresa: era o Gerente de Redes de Informática, que prometia dar um endereço eletrônico para cada um de nós. Na época, era uma novidade. O gerente daquele novo cargo queria impressionar a equipe. Mas só conseguiu quando estava saindo, esticando a conversa no hall de acesso. Ele disse que um e-mail enviado para o colega do lado poderia passar pelo Japão antes de chegar ao destinatário. Diante da estranheza de todos ele se empolgou e resolveu explicar, fechando a porta de vidro para faze-la de lousa. O desespero do Dimas foi ilustrativo. Era o office boy que ficava na copiadora. Ele passou mal no churrasco da equipe no dia anterior e já tinha entrado pelo menos 3 vezes no banheiro naquele início de manhã. O único banheiro que não estava em reforma e ficava no fundo da grande sala, depois de todas as divisórias de vidro. Ele bem que tentou, mas o novo Gere

O PREÇO DA EFICIÊNCIA

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Um exemplo bem popular de salto de eficiência foi a injeção eletrônica nos automóveis. Ela substituiu os carburadores que, muitas vezes, mandavam gasolina em excesso para o motor. O consumo era maior, a poluição também. Com a injeção eletrônica o fluxo de gasolina para o motor é regulado instantaneamente. Se o carro está subindo uma ladeira e depois alcança uma reta plana, a injeção reduz a entrada de combustível de forma automática. Ganha o cliente, ganha o meio ambiente, todo mundo sai ganhando. O dono do posto de gasolina pode não pensar exatamente assim. A média de consumo por cliente tende a cair. Para compensar, ele pode investir no aumento da eficiência do posto, oferecendo novos serviços e inovações. Assim vai atrair mais clientes e continuar crescendo. O dono de outro posto pode achar mais fácil aumentar o preço do combustível, como forma de continuar com o mesmo faturamento, sem fazer novos investimentos. A chegada da TV digital trouxe muita eficiência para a rad

ELES SÃO ESSENCIAIS À VIDA

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Quando o homem veio ao mundo ele demorou pra se dar conta do quanto dependia de algumas coisas da natureza. Como o ar e a água, por exemplo. São tão indispensáveis à vida que a disponibilidade é quase absoluta. É o que torna tão acessível a qualquer um, o valor dessas riquezas imprescindíveis. Sem elas, só se pode pensar no caos, por isso tem que estar por toda parte. Eis que o Século XXI chega com mais um desses bens onipresentes, indispensável à vida. É a "tela", o metro quadrado mais precioso do mundo! O mais incrível é que se trata do lugar mais barato e acessível que se pode imaginar. Lá encontra-se a paisagem e o retrato, o vídeo e o áudio, o professor e o livro, o hoje e ontem, amanhã e depois, o aqui e acolá, e também eu, tu, ele, ou nós, vós, eles. Tá tudo lá. A fase mais aguda do nível tela, na escala evolutiva da humanidade, começou a partir de uma brincadeira chamada Youtube. As máquinas de captação audiovisual, que são as câmeras, já existia

A DISTÂNCIA DO CONTEÚDO

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Houve um tempo em que a televisão era uma caixa totalmente fechada. O que aparecia na tela era enviado por um número limitado de emissoras, sobre as quais o telespectador não tinha nenhuma interferência direta. O conteúdo era inviolável. Depois de ligar o aparelho, o máximo que você poderia fazer era escolher um, entre meia dúzia de canais. Uma realidade que criou situações inusitadas. O tio e a tia chegaram de viagem do Exterior e trouxeram de lá muitos slides. A sala toda desarrumada pra montar o projetor e a gente achava o máximo do automático aquelas trocas das imagens, sem que ninguém precisasse colocar as mãos. Quando era coisa muito importante mesmo, vinha gravado em super-8. O projetor parecia uma tecnologia tão espetacular para o ambiente que, depois do primeiro filme, olhava-se mais para a máquina do que para a tela - normalmente improvisada num lençol da casa. Veio a TV a cabo, a programação "lacrada" da TV foi ficando mais democrática, até que chegou

OS SENTIDOS FÍSICOS SE COMPLETAM

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No começo, todo mundo entendeu. Nas salas de exibição do início do século passado as imagens animadas na tela, reproduzindo ambientes e pessoas reais, fizeram todos perderem a fala. A admiração era tanta que nem precisava ouvir o que os personagens diziam. A trilha sonora musical já era suficiente para chamar aquele milagre tecnológico de audiovisual. Atualmente essa possibilidade é tão inaceitável que precisa até apelar para o resgate de relatos históricos. Nos dias de hoje, mesmo que o telespectador tenha alguma dificuldade para receber a parte audível da mensagem, uma alternativa tem que ser apresentada. O closed caption está incluindo no espaço televisivo milhões de telespectadores pelo mundo. No Brasil é um direito garantido a todo cidadão, pelo menos durante dois terços da programação diária das emissoras. Por enquanto, a portaria 310 do Ministério das Comunicações exige que cada emissora garanta pelo menos 16 horas da grade com closed caption, entre as seis da man

UMA DECISÃO ACERTADA

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A consolidação da TV Digital na América do Sul começa a revelar um acerto histórico do Brasil no setor. Quando grupos técnicos e científicos locais consultados pelo governo sugeriram o sistema japonês (ISDB-tb), com as adaptações brasileiras - incluindo o middlleware Ginga - eles estavam traçando um rumo estratégico para todo o continente. Além de dotar da melhor qualidade técnica esse serviço público tão essencial, o Brasil estava abrindo um espaço integrado para o desenvolvimento de novas tecnologias. Este foi o cenário evidente durante a feira argentina do setor, a Caper, realizada nos três últimos dias de outubro. A cada edição da feira percebe-se que o SBTVD está se tornando, cada vez mais, um sistema sul-americano. E este é o endosso mais inquestionável da decisão tomada há quase dez anos aqui no Brasil. Durante a Caper, houve uma movimentação de clientes brasileiros tentando conhecer o que os engenheiros argentinos já desenvolveram, com o Ginga, para "interatividad

COMEÇANDO PELO TELHADO

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Na escola a gente aprende que o Brasil teve ciclos econômicos. O ciclo do açúcar, o ciclo da mineração, o do café e por aí vai. O mundo mudou muito nesses quinhentos anos, mas os tais ciclos ainda seguram as pontas por aqui. O Brasil depende muito do dinheiro que entra com as exportações de açúcar, com as exportações de café e também de minérios, como o ferro. Possivelmente porque o açúcar, o café e o ferro que são exportados hoje, praticamente são iguais ao que era exportado há séculos. Os produtos pouco mudaram, os hábitos de consumo dessas commodities também. Então dá pra gente continuar produzindo e vendendo. Não é o que acontece com produtos eletrônicos, por exemplo. Pouco adianta inventar agora uma política para o setor. Já pensou o tempo que seria necessário para formular a tal política!? Seria muita conversa, palanque para alguns políticos e acadêmicos de prestígio e um monte de ideias para redução de impostos. Enquanto isso, o portfólio de produtos eletrônicos já te

O LIMITE DA HONESTIDADE

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"Monja Coen" Década de 70, século passado. Os amigos costumavam emprestar até dois livros durante a vida toda. Era o suficiente para se arrepender. Livro emprestado dificilmente volta e, nas raras exceções, costuma chegar estragado. Música, então!? Na época eram os discos de vinil, riscam à toa, voltavam estalando. As fitas K-7, tão pequenas, eram fáceis de sumir. Isso quando o cabeçote de um "tape" não mastigava meio metro de música. Então, melhor deixar aqui do meu lado, mesmo que não me sirva mais pra nada. Será que é a era digital que está deixando as pessoas mais solidárias? Agora todos querem compartilhar os streamings musicais, literários e cinematográficos com os amigos. E dizem que egoístas são os detentores dos direitos autorais. Eles já fizeram de tudo para controlar as cópias, mas os bits são mais espertos. Não precisam mais do que um click para atravessar o mundo. Eis que agora a família começa a ser considerada uma extensão legítima de c

TRANQUILIDADE ATÉ QUANDO!?

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Noite escura, a chuva começou e o casarão da fazenda longe, nem dava pra ser avistado. O jeito foi parar na casa do Donizete, na pequena vila de colonos que ainda resistia. Já tinha eletricidade e funcionava bem, até que meia dúzia de clarões cortassem por cima do riacho, trazendo no rastro o estrondo das trovoadas. Naquela hora a luz era de querosene, nos pavios de dois lampiões. O pai do Doni disse que deveríamos esperar, porque a enxurrada que cortava a estrada, numa voçoroca, era perigosa para as crianças. E se fosse pelo lado de baixo, perto do riacho, o risco era pisar em cobras. Acabou sendo esse o tema da sessão lampião: as cobras! Hoje eu entendo que o sucesso que o pai do Doni fazia com as estórias estava no fato de sempre terem um final feliz. O que mais me marcou foi sobre uma noite que ele passou perdido numa clareira, ainda criança, e adormeceu sobre um pedaço de couro macio que estava jogado lá. Pela manhã, ele viu que se tratava de uma enorme sucuri. O final feliz?

A SEGUNDA VISÃO DA POLAROID

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Se você acredita que o homem já teve um terceiro olho, localizado bem no centro das duas sobrancelhas, certamente vai ser considerada uma pessoa esotérica. Mas a tese tem alguns fatos concretos associados. A glândula pineal, ou epífise neural, para quem não ouviu falar tem o tamanho e a forma semelhantes a um caroço de laranja. Fica bem no centro do cérebro e lá, naquela escuridão, é constituída por membrana cristalina e receptores de cor! A pineal está envolvida em tecido conjuntivo, muito semelhante ao do globo ocular e possui uma inervação parassimpática proveniente inclusive de gânglios óticos. Palavras da Wikipedia. Pelo que está lá, dá pra começar a considerar mais a hipótese da terceira visão, até então puramente esotérica. Os hindus dizem que a glândula está associada à capacidade intuitiva e à percepção sutil. No Século XVII, René Descartes, o criador do método científico utilizado até hoje, acreditava "ser a glândula o ponto da união substancial entre corpo e al

A CRIATIVIDADE QUE DÁ NOVA VIDA À TECNOLOGIA

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Vai chegar o dia em que vamos avacalhar os navegadores que atracaram na Bahia, nos idos de 1.500:"-Os caras eram tão 'manés' que os índios conseguiram trocar espelhos por meras pepitas de ouro." Já tem discurso pra isso. O espelho, componente de razoável valor agregado, tecnologia de ponta à época, poderia ser usado na montagem de telescópios, microscópios e até para dar brilho nas orelhas das peruas, como seria com o ouro. E, com brincos de ouro ou de vidro, a aprovação só viria depois de passar por um bom espelho. Entra era, sai era e pouca coisa muda na essência do que é o mundo. Até o início do século passado era gente se matando para conseguir mais ouro ou mais pedrinhas brilhantes, de valor absolutamente subjetivo. Nesses tempos, de muito mal gosto, uma boa guerra se faz por petróleo, nada decorativo. Justo agora que estão descobrindo um valor de utilidade para aqueles penduricalhos mais tradicionais. Por exemplo, o diamante nas telecomunicações, o ou

POR QUE PAROU, PAROU POR QUE!?

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A pressa era tanta que as empresas que operam a telefonia móvel no Brasil - as "teles" - estavam dispostas a gastar alguns bilhões de dólares para antecipar. Mas agora enxergam problemas em quase tudo. Trata-se da massificação do serviço 4G no Brasil, a quarta geração de Internet móvel. Se você já sabe como vai funcionar, ou se acabou de almoçar, pule os próximos três parágrafos e continue lendo a partir do quarto parágrafo. Agora, se tiver estômago para entender a confusão, siga para a próxima linha. Para viabilizar o serviço em larga escala em todo o Brasil as operadoras precisam utilizar a faixa de frequência de 700 MHz, que atualmente é usada por parte das emissoras de TV. A liberação dessa faixa de frequência exige novos equipamentos para as emissoras operarem em outras faixas - a serem cedidas pelo governo - no padrão digital. Aí está parte dos bilhões que as teles vão gastar, como compensação para essas emissoras. As outras compensações ficariam por conta d

"MÃO PRA CABEÇA!" SEU COMPUTADOR ESTÁ SENDO INICIALIZADO

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O Brasil tem hoje mais de 150 milhões de computadores, segundo a última pesquisa da Escola de Administração FGV. Em média, a cada segundo um computador é vendido no país. No entanto, se você quiser comprar capas para cobrir a torre, o monitor e o teclado, vai ter dificuldade em encontrar quem venda. Há 20 anos, as capas eram acessórios obrigatórios nas empresas. Uma recomendação técnica dos especialistas que chegou a balançar o emprego de alguns funcionários mais distraídos. Na cibernética, até as lendas são rápidas. Quase todo mundo cai numa, quase todo mundo nega. Mas não tenha dúvida de que isso vai continuar acontecendo. O computador é a janela do foguete onde estamos sentados, de onde olhamos o que vem chegando. E é por esta janela que entram em nossas vidas as coisas mais surpreendentes e ameaçadoras. As primeiras gerações a receberem os computadores no escritório, em casa, tinham uma reação curiosa. Uma geração que vinha de uma relação muito diferente com qualquer