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QUANDO A DISPUTA POR DINHEIRO SE INVERTE

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Combinado não é caro (já ouviu isso antes?). O que parece é que as operadoras de telefonia nunca antes ouviram falar disso. Para viabilizar grandes investimentos fazem acordos com os governos federais – vários deles ao longo do tempo. Esses acordos são negociados intensamente, tendo como contrapartidas algumas obrigações que as operadoras assumem, com base em cálculos que elas mesmas fazem. Depois de tudo assinado e a parte do governo cumprida, o combinado começa a ficar caro demais. Na semana passada o grupo de acompanhamento de um desses acordos atestou que as três grandes operadoras (ou teles, se preferir) concluíram as contrapartidas. No caso, o acordo fora realizado para o leilão de frequências do 4G, em 2013. E o atestado de conclusão é para a segunda fase de contrapartidas. O primeiro problema está nos cálculos. Naquele acordo, uma das obrigações das teles era distribuir conversores para famílias carentes que tinham televisores antigos, não digitais. Pouco depois do leilão um no

PRECISAMOS FALAR SOBRE TV 3.0 – (2)

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No mundo digital a inovação é permanente. Põe uma câmera melhor no celular, o povo gosta muito, depois vêm três câmeras ainda melhores. Na TV digital não é diferente. Várias pequenas evoluções foram surgindo até que juntaram as mais bem sucedidas na TV 3.0. E acrescentaram mais algumas. O endereçamento de vários anúncios num mesmo intervalo já está disponível no ar. Mas não funciona em todos os televisores. No Brasil, só nos aparelhos Ginga DTV, que não alcançam nem 5% dos lares brasileiros. Por isso as emissoras não investem nisso. O consumidor não vai comprar televisor novo cada vez que surge uma novidade. Então é melhor esperar alguns anos e juntar tudo numa nova geração, com mais novidades ainda. É isso a TV 3.0. Sendo que o grande plus está na integração máxima com o sinal de internet. É ele que carrega e faz a funcionar as principais inovações. Com tudo isso no ar a etapa seguinte é testar o interesse do público. O que vai “pegar” de fato, o que o público vai curtir? Quando cheg

PRECISAMOS FALAR SOBRE TV 3.0 – (1)

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Um drama de televisão, desta vez do lado de cá da tela. Aqui, no mundo real, toda a indústria da TV, da fabricação de televisores e equipamentos, às grandes produções, vive um suspense contagiante. E coloca como protagonistas cada vez mais segmentos sociais e empresariais. Falar em TV 3.0 hoje não é exatamente uma novidade. É a nova TV digital que ultrapassa todos os limites. A imagem tem mais detalhes do que o limite que o olho humano é capaz de enxergar; o som é 3D, se espalha no ambiente como se o telespectador estivesse no local onde foi gravado; além de TV é também computador, internet, streaming e até um switch , onde pode-se escolher de qual câmera do campo você quer ver o jogo de futebol. Por isso cada canal terá um aplicativo onde você escolhe de tudo. Da mesmo forma que você escolhe escrever um texto com letra azul ou letra cinza no computador. O que falta nessa trama é um olhar crítico para focar nos choques de interesses que vão determinar o quê e porquê vai acontecer. Ant

ENTRE GATOS, ONÇAS E TRONOS MEDIEVAIS

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O que a TV tem a ver com a Amazônia? Numa visão fria e cartesiana, nada. Mas alguns pontos muito sutis aproximam essas duas coisas grandiosas numa mesma análise. Começando pela beleza, muito presente na TV, e inerente à Amazônia; a própria grandiosidade também é algo em comum, uma vez que as duas têm funções vitais no cotidiano do mundo todo. Porém, o foco dessa comparação é a organicidade muito delicada. A Amazônia é um ecossistema complexo, onde a maior diversidade de vidas do planeta interage de forma quase inacreditável. Embora em proporções bem menores, a TV também existe a partir de um “ecossistema”, onde se integram grandes forças, econômicas e sociais, interagindo freneticamente. A grande semelhança desses dois ecossistemas está no fato de que, mesmo gigantescos, são muito suscetíveis. Se fica mexendo aqui e acolá pode-se provocar um desequilíbrio, cuja recuperação passaria a ser incerta. Nos últimos 20 anos a TV brasileira passou por uma quantidade enorme de transformações. A

QUANTO CUSTA A FALTA DE INTELIGÊNCIA

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O Agronegócio e a Mineração somaram pouco mais de 45% das nossas exportações em 2022. Isso foi muito bom para os nossos concorrentes internacionais na indústria. Pois é em cima das matérias primas brutas – como o Brasil exporta – que a indústria gera valores centenas de vezes maiores. Também é lá fora que nossas matérias primas geram muitos empregos, salários, renda, impostos, ... Mais números ajudam a entender o contrassenso. Da porteira para dentro o agronegócio brasileiro empregou pouco mais de 4 milhões de pessoas. É muito pouco para um total de mais de 80 milhões de trabalhadores empregados no país. Os valores exportados pelo agronegócio foram praticamente idênticos ao exportado pela mineração. Que emprega menos de 210 mil pessoas no Brasil, ou 5% do que o agronegócio emprega (que já é pouco!). Esses valores não ficam aqui porque a indústria brasileira vai mal. Desde o ano de 2009 começou a ser observada uma redução no faturamento industrial, na produção, empregos, investimentos,

GRANDES SUCESSOS E OS GRANDES SONHOS

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“-Êta, moleque bom de bola! Desde criança é assim: dribla, corre, sabe finalizar, ajuda na defesa. Foi o artilheiro e principal destaque do sub-17, o campeonato para quem tem até 17 anos. Seleção brasileira, para ele, é uma questão de tempo.” Muita gente já ouviu ou já leu na mídia esportiva esse tipo de profecia em cima de novos talentos do futebol. Na imensa maioria das vezes quem falou... teve que se explicar depois. Isso mostra que entre uma grande “promessa” e a realidade concreta existe um espaço íngreme e incerto a ser percorrido. O próprio Ronaldo Fenômeno, até os 17 anos, só chamava atenção do técnico pelos dentes incisivos proeminentes, o mais “dentuço” do time. Mas deixou marcas na história do futebol mundial. E, na direção inversa, quantas grandes promessas nunca alcançaram o brilho esperado? É mais ou menos nessa condição de promessa que estão os chamados canais FAST – Free Ad-Supported Television . Quem afirma é Carolina Vargas, CEO e fundadora da Stenna, em conversa com

O APAGÃO DE CANAIS E O BRILHO DE UMA NOVA LUZ

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Duas empresas americanas, gigantes da comunicação, encerraram nesta semana um duelo no melhor estilo bang bang . As antigas parceiras “foram pra rua”, uma vez que se encararam em público com acusações, uma contra outra. Não chegou a “vias de fato” porque uma delas resolveu baixar a temperatura e propor um acordo. Mas o agito foi grande. De um lado estava a Disney, o maior estúdio de Hollywood. Do outro a Charter Communications que, dentre outros negócios, está entre as três maiores operadoras de TV a cabo dos Estados Unidos. No final do mês passado as plataformas Disney ficaram indisponíveis para 15 milhões de clientes da Charter. Na tela da TV aparecia uma mensagem dizendo “oferecemos à Disney um acordo justo, mas eles exigem um aumento excessivo. O aumento do custo da programação é o maior fator no aumento dos preços da TV a cabo e estamos lutando para manter a linha nas taxas de programação que nos são impostas por empresas como a Disney.” A Disney desmentiu, dizendo que a antiga pa